Terminou sem acordo entre as partes a nova reunião realizada entre a Promotoria e a defesa dos investigados no caso da Cooperativa Sul Rio Grandense de Laticínios (Cosulati). Desta vez, o encontro ocorreu em Rio Grande, na tarde de quinta-feira, na sede do Ministério Público, no novo Complexo Judiciário local. O advogado da cooperativa, Luiz Fernando Wienke, disse não poder dar maiores detalhes porque as audiências são cobertas por sigilo. Ele adianta, no entanto, que o promotor deve fazer acordos individuais com cada um dos investigados e nenhuma data foi marcada para novas audiências.

Após a reunião, que durou em torno de 40 minutos, Wienke conversou com o grupo de produtores que esperava do lado de fora do prédio. “Eles esperam que os danos sejam ressarcidos”, acrescenta. Obstinado, este grupo de produtores acompanha de perto o desenrolar de todo o “processo”. Mais do que o ressarcimento dos danos, muitos ainda esperam ver a cooperativa em funcionamento novamente.

Em caravana e portando faixas e cartazes, eles se posicionaram em frente à sede do Ministério Público para mostrar seu inconformismo. “Com vários financiamentos bancários e com dívida até hoje pagando todos os anos esses financiamentos”. Assim descreve a sua situação o produtor Paulo César Leite, de Rio Grande. Segundo ele, ficou com uma dívida de R$ 55 mil por causa dos sucessivos atrasos nos pagamentos.

Os produtores pedem mais transparência no processo, clamam por justiça e reparação dos prejuízos causados. Conforme eles, as dívidas da cooperativa superam os R$ 500 milhões. A expectativa é de que seja aberto processo penal e haja a condenação dos envolvidos e a reparação dos danos causados à região.

No ano passado, foi realizada a operação Tambo, deflagrada pelo Ministério Público Estadual e bloqueados R$ 60 milhões em bens dos investigados. Os produtores querem que estes valores sejam destinados ao ressarcimento dos prejuízos causados.